Analisam-se diversos aspectos do tempo nos poemas homéricos como sejam o seu uso na narrativa ou a importância da imortalidade. Em ambos os poemas estão patentes confusões entre a época do poeta e a da narrativa, o que se nota através de comparações, mas também por misturas de materiais, ou de costumes. Do mesmo modo, a narrativa não se reduz a uma única época. Seja por uma questão de economia da narrativa, como sucede na Odisseia, seja para explicar, ou justificar, (...) aspectos relacionados com a narrativa, as alusões ao passado são uma constante. Assim sendo, pode-se dizer que os poemas homéricos levantam questões como passado e presente, mortalidade e imortalidade. (shrink)

A noção de justiça tem tido sempre uma função importante na história da humanidade e particularmente na Antiguidade. Nas civilizações pré-clássicas, a justiça é sinónimo de ordem e depende da vontade e da legitimidade que é conferida pelos deuses. No mundo clássico, na Odisseia, Homero alude à justiça, embora o poeta que na época arcaica mais se ocupa deste valor tenha sido Hesíodo. Autores posteriores, como Platão, Aristóteles, Epicuro ou Cícero, entre outros, abordam esta questão, ainda que...

Em busca da felicidade do indivíduo, Epicuro aborda os diversos aspectos que considera contribuírem para ela: prazer, quietude, conhecimento, segurança, amizade, justiça. Neste texto pretendemos, de forma sucinta, mostrar de que modo estes vários elementos se relacionam entre si e, sobretudo, de que modo o conceito de justiça deste filósofo contribui para a felicidade humana, não sendo um conceito tradicional.

Brain–machine interfaces combining visual, auditory, and tactile feedback have been previously used to generate embodiment experiences during spinal cord injury rehabilitation. It is not known if adding temperature to these modalities can result in discomfort with embodiment experiences. Here, comfort levels with the embodiment experiences were investigated in an intervention that required a chronic pain SCI patient to generate lower limb motor imagery commands in an immersive environment combining visual, auditory, tactile, and thermal feedback. Assessments were made pre-/ post-, throughout (...) the intervention, and at 7 weeks follow up. Overall, high levels of embodiment in the adapted three-domain scale of embodiment were found throughout the sessions. No significant adverse effects of VR were reported. Although sessions induced only a modest reduction in pain levels, an overall reduction occurred in all pain scales at follow up. A high degree of comfort in the comfort scale for the thermal-tactile sleeve, in both the thermal and tactile feedback components of the sleeve was reported. This study supports the feasibility of combining multimodal stimulation involving visual, auditory, tactile, and thermal feedback to generate embodiment experiences in neurorehabilitation programs. (shrink)

This essay was born out of two astonishments: an admiration and a perplexity. On the one hand, this essay was born out of our admiration for the text of the question De aeternitate mundi, written by St. Thomas Aquinas in the full maturity of his thought (1271). It is a philosophically exemplary text, in terms of construction and discernment, in which the author argues that there is no contradiction between the theology of creation and the possibility of an eternal world, (...) in accordance with Aristotelian physics. On the other hand, we were also motivated by our perplexity with the difficulty that even today the Christian faith in creation experiences in dealing with the Darwinian theory of evolution. It occurred to us, then, to elaborate a question of evolution, entirely analogous, in construction and in discernment, to the question of the eternity of the world, as it had been thought of by St. Thomas Aquinas. Thus, we also argue here that there is no contradiction between the theology of creation and the possibility of a world in evolution, according to Darwin’s biological theory. And we do this by following the structure of the Thomasian question step by step. (shrink)

João Duns Escoto pode contar-se entre os continuadores de Anselmo, uma vez que acolheu favoravelmente o argumento do Proslogion, ainda que na sua singular interpretação. Mas, aquém e para além deste aspecto pontual de continuidade, há aspectos de afinidade estrutural de pensamento a estreitar os laços de razão entre os dois filósofos. Estes aspectos de mais profunda proximidade não têm que ser explicados exclusivamente por uma influência directa do legado de Anselmo no pensamento de Duns Escoto, mas acusam, a nosso (...) ver, algo como uma família de pensamento ou de espírito, ou uma orientação filosófica de fundo, capaz de atravessar os séculos e de incluir as singularidades dos diversos pensadores que nela vão tomando parte. Entre esses laços de razão, há uma afinidade fundamental ao nível da partilha de um mesmo princípio metafísico, que estrutura o pensamento quer do Doutor Magnífico quer do Doutor Subtil. Trata-se do princípio da irreflexividade das relações essenciais do ente, que Duns Escoto enuncia, como prima conclusio, no início da sua análise comparativa das ordens essenciais do ente, no Tractatus de Primo Principio. Duns Escoto assume de Agostinho a inspiração deste princípio, mas é na metafísica de Anselmo que aquele revela a força de um princípio estruturante, antes mesmo de expandir o seu alcance na metafísica escotista. O nosso propósito, neste estudo, é analisar alguns aspectos do percurso daquele princípio metafísico através do pensamento de Agostinho, do de Anselmo e do de Duns Escoto, permitindo agregar os três pensadores numa mesma família de espírito ou orientação filosófica de fundo. (shrink)

Among those who pay homage to Parmenides as a source of unquenchable inspiration for Western thought, we now revisit the Poem Of Nature as the birthplace of the principle of causality through the elimination of non-being at the origin of being. Indeed in Parmenides’ Poem, a negative conviction can be found—the refusal that the non-being is at the origin of the being—which leads most philosophers to the affirmative conviction that something is at the origin of the being. The two convictions (...) are two rational beliefs which have stimulated ancient Greek philosophy, and have continuously represented a structuring axis in the history of Western thought. With Aristotle, that affirmative conviction was converted into a principle of causality, that is, into a principle which requires a causal explanation for the intelligibility of reality. In Latin Middle Ages, we find a singular figure who promotes the synthesis of the two fundamental beliefs, the negative conviction, explicit in Parmenides, and the affirmative conviction, explicit in Aristotle: It is Saint Anselm. In an initial chapter of his first work, the Monologion, Anselm declares that “nothing is by nothing”, and that consequently “all that is, is not but by something”. All of Anselm’s metaphysics is an analysis and a development of this affirmative rational belief. Therefore, we claim Parmenides’ paternity of Saint Anselm’s metaphysics, of whom one may say he was the medieval Parmenides. (shrink)

Karl Barth est un auteur saillant dans la tradition de la preuve anselmienne du Proslogion au XXème siècle. Il interprète cette preuve à l’intérieur d’un programme théologique qui prétend à la totale séparation par rapport à la philosophie, en déployant une raison propre à foi. La preuve anselmienne, devenue une pièce de théologie séparée, doit se trouver à l'abri de toutes le réfutations philosophiques. Toutefois, l'interprétation strictement théologique de la preuve selon Barth ne se trouve pas, elle même, à l'abri (...) de conditions philosophiques. Rendre à l'évidence ces conditions au profit d'une lecture ontologiquement intégrée de la preuve anselmienne a été le but de cette étude. (shrink)

This lesson treats of Anselm’s argument in the form of a scholastic quaestio. The question of the anselmian argument is then divided in three articles, which are three main issues discussed within the argument’s tradition until our-days. The first article asks if Anselm’s argument is a direct deduction of existence as a perfection of divine essence. Against a common place about that argument, this lesson’s justified answer is: no. The second article asks if Anselm’s argument is an a priori argument. (...) Against a big stream of interpretation, this lesson’s justified answer is: no. Finally, the third article asks if the anselmian argument offers the possibility of constructing a double argument in favor of divine dualism. Certainly against any Anselm’s expectation, this lesson admits very seriously that possibility. (shrink)

This paper proposes that global peace should be a professional concern because the issues are complex and require critical and creative thinking, and because professionals have status enabling them to convey information to empower others. Professionals must examine priorities in society's needs for application of their particular knowledge areas, and must each make their own unique contribution towards a more peaceful, less threatened planet.

Those considering careers in medicine and other health and humanitarian disciplines as well as those concerned about the growing presence of militarized ...

En este trabajo analizo el denominado derecho de identidad de género como un ejemplo paradigmático de la insuficiencia de las categorías iuspositivista modernas de validez jurídica. Y propongo una concepción postpositiva del conocimiento del Derecho y de validez informada de una teoría crítica de influencia posmoderna al servicio de una concreción justificada de los derechos de las personas. Todo ello se aborda en torno a un planteamiento descriptivo, crítico-normativo y de justificación del fundamental derecho a una identidad de género diferenciada (...) frente a la moderna imposición de la asimilación a los modelos prevalentes de identidad como condición de igualdad en los derechos. (shrink)

Tras una breve introducción destinada a recordar las grandes líneas del pensamiento de plotiniano, el trabajo analiza tres modos de conocimiento o de aprehensión que caracterizan los tres niveles de la realidad o hipóstasis. En el nivel de la inteligencia, nous, al que se denomina nivel noético, se verifica un tipo de conocimiento genuino, que es el autoconocimiento. En el nivel del alma, psiché, nivel dianoético, se da un conocimiento de tipo discursivo que sólo en sentido secundario y derivado es (...) conocimiento de sí. Por fin, en el nivel de lo Uno, tó ghén, nivel supranoético, puede hablarse de un conocimiento de sí solo en sentido traslaticio y “eminencial”, puesto que el primer principio de la realidad, que es absoluta unidad, al no tener duplicidad alguna, en sentido estricto no puede tener pensamiento, ni siquiera de sí mismo, pero, al mismo, no es algo inherte, si no absoluta plenitud. El trabajo intenta mostrar cómo Plotino se apoya en el tipo de conocimiento de la inteligencia, que le sirve de punto nodal, para articular los tres modos de conocimiento y para caracterizar un “infra-autoconocimiento”, el del alma, y un “supra-autoconocimiento”, el de lo Uno. (shrink)

En Político (268d-277a) la historia ficticia de la reversión periódica del universo expresa la existencia en el universo de dos fuerzas o tendencias en concurrencia: la que orienta al mundo y al hombre hacia su télos, que es lo más perfecto, y la tendencia hacia el desorden y la confusión, es decir, la puramente mecánica y azarosa. Finalidad y mecanismo las dos tendencias que están presentes en Timeo, reaparecen en el libro de Leyes bajo la forma de un alma buena (...) y un alma mala. La primera es la que da cuenta del movimiento racional del mundo, en tanto que la segunda es causante de su movimiento alocado e irregular (897c-d). En Político las dos tendencias o fuerzas rectoras del universo alternan su predominancia, están en tensión. Y es la medida de esa alternancia la que salva al mundo de la destrucción y hace que se mantenga el equilibrio. Ese juego de tensiones traduce la existencia de una proporcionalidad en el seno del universo, gracias a la cual el mundo es precisamente un kósmos. En el Timeo el equilibrio resulta de la persuasión que la inteligencia ejerce sobre la necesidad, orientándola hacia lo mejor. También en Leyes reaparece esta idea, en X 906a ese equilibrio consiste en una tensión entre lo racional y lo irracional que hay en el universo. (shrink)